O clássico da Delta
Entre a classe de
radioamadores brasileiros existem muitas coisas em comum:
A primeira delas é que boa parte dos operadores de estações
amadoras foram (ou ainda são) permissionários da Faixa do Cidadão (do
inglês Citizen Band), aqui no Brasil prefixados como PX. Cabe
ressaltar que o Serviço de Rádio Cidadão não deve ser confundido com o Serviço
de Rádio Amador, duas matérias distintas e Normatizadas individualmente pelo
poder concedente, no caso o Ministério das Comunicações. E a segunda coisa
compartilhada no meio radioamadorístico é que os titulares das estações
provavelmente já tiveram (ou ainda têm) em seu shack um transceptor da Delta,
sendo o modelo Delta 500 (e seus derivados) o mais usual, embora outros modelos
também se destacam. Na verdade, o Delta 500 tem muita história para contar, e
elas são contadas diariamente nas faixas de operação.
Quem ainda não ouviu falar de um Deltão?
A partir do Delta 500 cara azul (foto acima),
como é conhecido no meio radioamadorístico, pois esta é a cor do painel do
equipamento, outros modelos foram lançados, como o DBR 500 II(chamado
cara preta, embora a cor seja cinza), DBR 550 (display
analógico e frequencímetro externo opcional) e DBR 550 II, com
frequencímetro digital de série (ao lado), todos eles incorporando melhorias em
relação aos antecessores.
A Industria de equipamentos Delta
Fabricante de equipamentos eletrônicos e de sonorização externa e
de ambientes, a Delta ousou lançar um transceptor de banda lateral (SSB) para a
comunidade radioamadorística brasileira, que até então estava acostumada aos
transceptores de Amplitude Modulada (AM) de fabricação caseira, da
própria Linha
Delta, no caso os modelos 100, 120 e 310, por exemplo; ou aos
estrangeiros mais sofisticados.
O que diz o Handbook do Radioamador - obra de autoria do
colega: Iwan Halász - PY2AH:
"... no
Brasil a indústria mais antiga que produziu transceptores para radioamador, por
iniciativa abnegada de seu saudoso fundador Felicíssimo de Oliveira Júnior, é a
Delta. Mantendo respeitável distância da sofisticação dos produtos japoneses, a
Delta procurou oferecer aos radioamadores uma alternativa modesta, mas
confiável; com potência suficiente para dispensar um amplificador linear, sem,
porém, poder evitar que a relação benefício/custo de seu produto fosse muito
inferior aos equipamentos importados. Mesmo assim, com o seu preço absoluto
ligeiramente inferior ao do importado, e sendo facilmente acessível aos
radioamadores afastados das fontes destes, o transceptor Delta se tornou, ao
longo dos anos o "Fusca" de largas camadas de radioamadores, até que
ficou totalmente defasado em tecnologia e preço em relação ao produto japonês."
Efetivamente o Delta 500 ou DBR 550 tinham preço mais compatível com o
tamanho do bolso do radioamador brasileiro, embora não atendessem todas as suas
exigências.
O
Deltão pagou o preço da ousadia e sofreu a inevitável comparação com
concorrentes muito mais poderosos. Resta saber se um dia haverá publicamente
esse reconhecimento. Ganhou apelidos alusivos à sua boa capacidade de
transmissão (duas válvulas 6KD6 no tanque final), mas a sensibilidade e
seletividade na recepção não eram compatíveis com o que já se dispunha nos
importados da época.
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Enfim, foi um projeto arrojado e corajoso que
serviu (e continua servindo, mesmo não sendo mais produzido desde os anos 80)
satisfatoriamente a uma classe de cidadãos que encontram no radioamadorismo seu hobby predileto.
O radioamador já teve ou tem um Delta.
Essa relação virou marca registrada entre o
radioamador brasileiro e o Deltão, pois nunca houve como ficar indiferente.
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Obrigado ao fabricante Delta por nos proporcionar horas de sadio lazer
através do rádio, inclusive para elogiar ou criticar seus produtos.
Fonte:http://py2mok.tripod.com
Este é o Delta 500 da estação PY7FR (Presente do
professor de telegrafia seu Felipe PY7BJA)
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